sábado, 29 de dezembro de 2007

Cheiro

Arrancar o plástico
tirar o papel bolha
retirar o envoltório
e sentir o cheiro
de livro novo.

Qual?

Senhoril ou senhorio?
Ambos.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Foi Natal

Ontem foi Natal
chega a noite
e finalmente
estou em casa


Assisto Simplesmente Amor, peguei na cena que o garotinho diz ao pai que encontrou O amor, o um e único amor de toda vida, me arrepio, tenho vontade de chorar, chorei, era Natal, eu podia. Lembrei do cinema, acho que troquei olhares nessa cena, talvez só uma caricia na mão mas não importa, é passado.
Me lembrei de outro filme bobo e mais uma cena bela onde o namorado tem finalmente coragem de perguntar a namorada por que ela nunca levou ninguém ao apartamento deles e ela responde: Por que eu so amo você! E com tamanha coragem/entrega fico desconcertado.

Amei/amando

Que eu fui amado nunca tive duvidas
Mas cheguei a conclusão que já amei.

Como eu descobri?
- Simples, quando me lembrei que ninguém mais foi mas ele estava la e isso bastava.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Animal Humano

Ja tive vários animais, menos um gato
Ja tive preguiça, menos um gato
Ja tive sagüi, menos um gato
Ja tive pinto, menos um gato
Ja tive cavalo, menos um gato
Ja tive tive porco, menos um gato
Ja tive gado, menos um gato
Ja tive cadela, tenho cadela
e não tenho um gato.

Talvez por me ver nele e lembrar do cachorro.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Novo

O ruim de sempre buscar o novo
é que quando o novo finalmente chega
É velho.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Obra do meu bebe

É, amanheceu. E eu não senti que o vento insistia em me tirar dali. Era uma coisa simples de fazer, primeiro eu tomo conhecimento dos pés e finalmente minhas mãos se lembraram de tocar os olhos. Geralmente é assim que acontece, agente insisti em desacreditar que acabou aquele sonho, mas existe sempre um pesadelo real prestes a acontecer. Não há motivos, aquela árvore me contou um segredo durante a noite, todas as suas folhas desapareceram no outono, e ela não sabe como reagir, a não ser, assombrando todos os que por ali passam com seus galhos secos em uma noite de lua cheia. É o que ela sente, você pode não saber, mas agora eu sei. Sabe por que? Pois eu simplesmente, acabo de descobrir que estou coberta pelo manto da terra, e apesar de querer, eu não posso levantar, meus pés não podem mexer e minhas mão não podem tocar meus olho, afinal, estou aqui, singelamente deitado em profundo entorno de amor daqueles que ainda vivem.

Mesmo que sem mim.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Correr

Corria para o horizonte e não saia do lugar
Olhava para frente com determinação
sem desviar, deslocar ou destocar

olhou para baixo
viu o belo ao seu lado
sorriu maliciosamente

não se encantou
continuou a correr

a pele já era acariciada.

Motivo

Dispo-me

como quem quer se dar. Desvelando-se,

expondo as faces, as dobras,

os caminhos.

Entregando o peito, a nuca,

o calcanhar. Como quem necessita

ser frágil no braço do outro. Desmaiado

num colo precioso. Dispo-me

para ser amado.

Mantendo um véu.




poema do Nilton

domingo, 9 de dezembro de 2007

Começo e fim

Não quero tornar o bom ou mal
O certo ou errado
A verdade ou a mentira
Em coisas negociáveis.